quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Obra Mistério nº 2


3º CICLO

“Ali algures, ficava a nascente do rio, segundo o que o avô tinha dito, e ela sentiu um grande desejo de a descobrir. Não sabia bem porquê. Talvez, pensou, devido à sua ansiedade relativamente ao avô e àquela estranheza que ela não conseguia verbalizar, fazia-a ter necessidade de contemplar o começo de algo em vez do fim; ter a experiência de alguma coisa mais duradoura do que a vida humana.
Mais duradouro, mesmo que não fosse permanente. Sabia que tudo o que a rodeava morreria um dia: as árvores murchariam, as rochas desfazer-se-iam e mesmo o ribeiro murmurante secaria um dia, apesar de ela não gostar de pensar nisso.
Contudo, aquelas coisas pareciam permanentes e aquela sensação controlava-a agora.
O avô, claro está, não teria tempo para essas reflexões. Ele dir-lhe-ia para viver um dia de cada vez e um segundo de cada vez, para não pensar no futuro nem no passado, mas para viver o presente; para ser uma guerreira do espírito. ”….

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